Os relevos assírios de Laquis, expostos hoje no British Museum, são um dos registros arqueológicos mais importantes para entender o cerco de Laquis na Bíblia. Eles narram em pedra a campanha do rei Senaqueribe contra o reino de Judá em 701 a.C. e representam uma fonte visual única para quem deseja estudar arqueologia bíblica e compreender o contexto do Antigo Testamento.
Eu amo profundamente os relevos assírios de Laquis porque, para mim, eles são como fotografias do passado. É impressionante pensar que, diante dessas pedras esculpidas há quase 3 mil anos, conseguimos enxergar de forma visual aquilo que a Bíblia relata. Ali estão retratados a deportação do povo de Laquis, a presença de animais, cenas de sofrimento, as vestimentas típicas, os cortes de cabelo — absolutamente cada detalhe da vida daquele tempo. É como se tivéssemos acesso a imagens de um momento bíblico, preservadas não por câmeras modernas, mas por mãos que gravaram a história em pedra.
Quando descobri esses relevos, fiquei maravilhada com a possibilidade de ver tão de perto um registro visual de um episódio bíblico. É como se fosse o “Instagram” da época: imagens fixas que capturam não apenas um evento histórico, mas a dor e a realidade de um cerco. Embora mostrem uma situação triste e cruel, são testemunhos inegáveis de que aquilo realmente aconteceu. Essa proximidade com o texto bíblico me faz refletir sobre como a Palavra de Deus se ancora em fatos históricos e como esses fatos podem ser confirmados diante dos nossos olhos.
Além disso, o que mais me impressiona é que as descobertas arqueológicas em Tel Lachish — o sítio identificado como a antiga Laquis — confirmam em detalhes o que os relevos mostram. Foram encontradas rampas de cerco, armas, ferramentas e até a própria topografia da cidade vista do alto, retratada de forma idêntica nos painéis. Inclusive, já escrevi um estudo sobre os acampamentos assírios encontrados em Laquis e Jerusalém, porque acredito que essa preservação arqueológica é algo maravilhoso de se considerar (veja aqui).
🤎 Acompanhe neste estudo
- Entendendo o contexto histórico dos relevos assírios de Laquis
- Por que os relevos foram feitos
- Onde foram encontrados e onde estão hoje
- O que os relevos assírios de Laquis mostram
- O que os relevos assírios de Laquis ensinam sobre Judá
- Importância dos relevos assírios de Laquis para a arqueologia bíblica
- Confiabilidade dos relevos assírios de Laquis
- Dados técnicos dos relevos assírios de Laquis
- Relevos assírios de Laquis e a Bíblia
- Conclusão
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Entendendo o contexto histórico dos relevos assírios de Laquis
Para compreender a importância dos relevos assírios de Laquis, é preciso voltar no tempo e imaginar o cenário em que eles foram produzidos. Estamos no século VIII a.C., quando o império assírio dominava o Oriente Médio com poder militar e político sem precedentes. A Assíria era conhecida por sua organização, sua tecnologia de guerra avançada e por impor autoridade sobre povos menores, cobrando tributos e exigindo submissão. Dentro desse contexto, o pequeno reino de Judá, governado por Ezequias, se viu diante de uma ameaça enorme ao desafiar a ordem imposta pelo rei Senaqueribe.
Laquis, a segunda cidade mais importante de Judá depois de Jerusalém, tinha papel estratégico tanto militar quanto econômico. Localizada na região da Sefelá, ela era uma fortaleza que protegia o caminho para Jerusalém. Quando Senaqueribe decidiu punir Judá por resistir ao seu domínio, não foi por acaso que escolheu Laquis como alvo de sua fúria. Ao conquistar essa cidade, ele não apenas enfraquecia o reino de Ezequias, mas também enviava uma mensagem clara a todos os outros povos: resistir à Assíria traria consequências sérias.
Foi nesse cenário que nasceram os relevos de Laquis, encomendados por Senaqueribe para adornar seu palácio em Nínive. Mais do que arte, eles foram criados como registro oficial de uma vitória militar e como propaganda de poder. Cada cena esculpida em pedra tinha a intenção de perpetuar a glória do rei e intimidar futuros rebeldes. Hoje, porém, esses relevos se tornaram muito mais do que propaganda: são um testemunho visual que ajuda a entender o que estava em jogo para Judá e para Jerusalém, confirmando que a Bíblia não apenas narra, mas dialoga com a história real de povos e impérios.

Por que os relevos foram feitos
Os relevos assírios foram produzidos por artesãos da corte de Senaqueribe para decorar seu palácio em Nínive. Mais do que arte, eram propaganda imperial. Como destaca a BBC, o objetivo era exibir a vitória de Senaqueribe como uma conquista inevitável e divinamente autorizada. A mensagem transmitida era clara: resistir à Assíria era inútil.
Uma inscrição em cuneiforme remove qualquer dúvida: “Senaqueribe, rei do mundo, rei da Assíria, sentou-se em seu trono e o despojo de Laquis passou diante dele”. Essa legenda garante que as cenas retratam especificamente o cerco de Laquis.
Onde foram encontrados e onde estão hoje
Os relevos foram descobertos em meados do século XIX em escavações no Palácio Sudoeste de Nínive, conduzidas por arqueólogos como Hormuzd Rassam e W. K. Loftus. Hoje estão preservados no British Museum, sala 10b, em Londres, sob os registros BM 124904–124915. São dezenas de metros de baixo-relevo contínuo, representando a batalha, a rendição e o triunfo assírio.
Quem deseja aprofundar esse assunto pode ler também o estudo sobre Laquis e Jerusalém, que mostra como esses dois lugares se conectam no relato bíblico.

O que os relevos assírios de Laquis mostram
De acordo com a Tyndale House, a narrativa visual dos relevos é clara e detalhada:
- Preparação do cerco: arqueiros e fundibulários disparam contra as muralhas da cidade, que aparece no alto de um morro, como Tel Lachish realmente se apresenta. Escavações encontraram pedras de funda e flechas que confirmam esse cenário.
- Construção da rampa e avanço dos aríetes: soldados erguem rampas diagonais e empurram grandes máquinas de cerco. Defensores lançam tochas e pedras, enquanto os assírios protegem seus equipamentos com água.
- Queda da cidade: famílias inteiras são representadas deixando Laquis, transportando seus bens em carros e camelos. As cenas também mostram representações de castigos severos aplicados a líderes rebeldes.
- Triunfo do rei: Senaqueribe é retratado sentado em um trono debaixo de uma tenda, recebendo o despojo. Curiosamente, seu rosto foi martelado na Antiguidade, talvez em um ato político contra sua memória.
O que os relevos assírios de Laquis ensinam sobre Judá
Os relevos são uma das raras representações do povo de Judá. Como lembra a Posen Library, vemos túnicas simples, mantos, barbas e penteados característicos. Esses detalhes ajudam a reconstruir a vida cotidiana em Judá no século VIII a.C., permitindo que a arqueologia bíblica ofereça um retrato mais concreto de como viviam essas comunidades.
Se esse tema desperta interesse, recomendo ler também o estudo sobre fontes históricas e compreensão da Bíblia, que mostra como inscrições, relevos e textos antigos ampliam a leitura das Escrituras.

Importância dos relevos assírios de Laquis para a arqueologia bíblica
Os relevos assírios de Laquis têm importância única porque unem três linhas de evidência:
- Os textos bíblicos, como 2 Reis, 2 Crônicas e Isaías, que relatam a campanha de Senaqueribe.
- As inscrições assírias, como os Anais e o Prisma de Senaqueribe, que confirmam o ataque a Judá.
- A arqueologia de campo em Tel Lachish, onde foram encontradas pedras de funda, flechas e a própria rampa de cerco. A Universidade Hebraica de Jerusalém publicou estudos recentes que comprovam como os relevos coincidem com as descobertas do local.
Esse conjunto forma um dos melhores exemplos de como texto, solo e imagem se complementam. Enquanto Laquis aparece em detalhes, Jerusalém não é mostrada — exatamente o que a Bíblia narra: a cidade foi cercada, mas não conquistada.
Para outros estudos sobre esse tema, acesse também a categoria de arqueologia bíblica.
Confiabilidade dos relevos assírios de Laquis
O valor dos relevos assírios de Laquis está na sua precisão. Eles confirmam o que os textos bíblicos registram e são reforçados pelas escavações em Tel Lachish. Para estudiosos que dão grande importância à historicidade da Bíblia, esses relevos são uma evidência sólida de que os acontecimentos descritos em 2 Reis, 2 Crônicas e Isaías correspondem a fatos históricos. Eles fortalecem a confiança na Bíblia como fonte que se apoia em eventos reais.
Dados técnicos dos relevos assírios de Laquis
- Data de produção: entre 700 e 692 a.C.
- Material: gesso (alabastro/gypsum)
- Origem: Nínive, Palácio Sudoeste, Sala XXXVI
- Dimensões de um painel: 2,51 m × 1,77 m × 15 cm
- Descoberta: expedições de meados do século XIX
- Localização atual: British Museum, Londres
Relevos assírios de Laquis e a Bíblia
2 Reis 18:13 – “No décimo quarto ano do reinado de Ezequias, Senaqueribe, rei da Assíria, atacou todas as cidades fortificadas de Judá e as conquistou.”
2 Crônicas 32:9 – “Mais tarde, enquanto Senaqueribe cercava Laquis, enviou seus oficiais a Jerusalém…”
Isaías 36:1–2 – “No décimo quarto ano do reinado de Ezequias, Senaqueribe, rei da Assíria, atacou as cidades fortificadas de Judá e as conquistou. De Laquis, o rei enviou seu comandante com um poderoso exército a Jerusalém…”
Esses textos mostram como a Bíblia, a arqueologia e as inscrições assírias se entrelaçam, oferecendo uma compreensão histórica e espiritual mais rica.
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Conclusão
Os relevos assírios de Laquis são um dos maiores exemplos de como a arqueologia bíblica ilumina os textos sagrados. Eles confirmam que Laquis foi conquistada, mas Jerusalém permaneceu de pé, fortalecendo a confiança na narrativa bíblica. Para continuar aprendendo sobre esse diálogo entre história e fé, você pode explorar o estudo sobre Laquis e Jerusalém e acompanhar a categoria de arqueologia bíblica.
Caso tenha interesse em acompanhar descobertas atuais e análises acadêmicas sobre o mundo bíblico, é possível se cadastrar no site da Biblical Archaeology Society e receber notícias diretamente de especialistas.
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Deus abençoe você e lembre-se: leia a sua Bíblia! 🤎