A Bíblia Ilumina

"Compartilhando a Verdade das Escrituras e o amor por Jesus!"

Quem profetizou o quê: um Panorama completo dos Profetas bíblicos


Você conhece bem o panorama dos Profetas da Bíblia? 😔 Sabe onde exatamente cada profeta se encaixa na linha do tempo? Sabe quem profetizou antes do exílio? Quem veio depois? E por que Deus levantou tantos profetas em momentos diferentes da história?

Pois é… 🤷‍♀️ Quando comecei a estudar os livros proféticos, uma das maiores dificuldades que enfrentei foi entender isso. Gosto de ter uma compreensão lógica das coisas e estas lacunas me impediam de compreender o panorama mais amplo das Escrituras.

Esse post nasceu no meu coração com dois objetivos muito claros:

1️⃣ Ajudar você a ler tudo de uma vez só e, com isso, construir uma visão ampla e clara do papel dos profetas na narrativa bíblica.

2️⃣ Servir como um guia de consulta rápida, caso você esteja estudando um profeta específico e queira relembrar em que contexto ele viveu e para quem ele falou.

Então, compilei aqui um panorama dos profetas bíblicos organizado cronologicamente, com contexto histórico, nomes dos reis, momentos marcantes e um resumo acessível. 📖✨️ Oro para que isso possa facilitar sua compreensão da Palavra e fortalecer sua caminhada com Deus! 🙏

🤎 Acompanhe neste post

Silhueta de homem em uma jornada profética

Quem são os profetas da Bíblia e por que eles foram tão importantes?

Ao longo do Antigo Testamento, encontramos dezenas de homens — e algumas mulheres — que se levantaram com uma missão clara: falar em nome de Deus. Mais do que prever o futuro, os profetas da Bíblia eram mensageiros que confrontavam reis, alertavam o povo, denunciavam injustiças e chamavam à fidelidade ao Senhor.

Cada profeta atuou num momento muito específico da história de Israel e Judá. Alguns anunciaram o juízo que estava por vir por causa da idolatria e da opressão aos pobres. Outros ofereceram consolo durante o exílio babilônico. E alguns, mesmo após o retorno do povo para Jerusalém, continuaram chamando à renovação espiritual.

Eles não falavam por conta própria — eram intérpretes da aliança entre Deus e o povo, chamando a nação de volta à obediência à Lei. Suas palavras tinham peso espiritual, moral e social.

Eles são chamados de “maiores” ou “menores”, não por importância, mas pelo tamanho de seus livros. Isaías, Jeremias e Ezequiel são exemplos de profetas maiores, enquanto Amós, Miquéias e Malaquias estão entre os profetas menores.

A influência desses profetas vai muito além do seu tempo. Suas mensagens moldaram profundamente o pensamento bíblico sobre justiça, arrependimento, esperança e fidelidade — e ecoam até hoje.

Entender quem foram esses homens e em que contexto atuaram é essencial para compreender a mensagem bíblica como um todo.

Imagem minimalista de uma coroa centralizada sobre uma textura de papiro, com tons suaves de rosê e cinza. Raios de luz emanam da coroa, simbolizando sabedoria e iluminação espiritual, com um fundo em degradê de rosê para cinza. O design moderno e elegante reflete a cronologia bíblica dos reis de Israel e Judá.

A divisão entre os reinos de Israel (norte) e Judá (sul)

Após a morte do rei Salomão, o reino unificado de Israel se dividiu em dois: o Reino do Norte, conhecido como Israel, com sua capital em Samaria, e o Reino do Sul, conhecido como Judá, com Jerusalém como sua capital. Essa separação ocorreu por volta de 931 a.C., devido a disputas políticas e religiosas.

Acredito que compreender essa divisão é um ponto fundamental para entender a linha do tempo bíblica e dos Profetas!

Reino do Norte (Israel)

Israel foi formado por dez tribos e teve uma sucessão de 19 reis, todos considerados maus aos olhos do Senhor. Nenhum deles foi fiel à aliança com Deus. A idolatria, a injustiça social e as alianças políticas com nações pagãs foram constantes, levando o reino a um declínio espiritual e moral acelerado.

Reino do Sul (Judá)

Judá, composto pelas tribos de Judá e Benjamim, teve 20 reis, dos quais apenas 8 foram considerados tementes a Deus. Esses reis promoveram reformas religiosas e tentaram trazer o povo de volta à adoração ao Deus de Israel, mas a nação também enfrentou períodos de decadência e idolatria.

Essa divisão criou um cenário complexo, com profetas sendo levantados por Deus para falar a cada reino em diferentes momentos, chamando o povo ao arrependimento e alertando sobre as consequências de seus pecados.

Jarros com pergaminhos

Panorama completo dos Profetas bíblicos: contexto histórico e suas mensagens

A Bíblia nos apresenta uma rica galeria de profetas, cada um com sua mensagem única e papel específico na história de Israel e Judá. Esses homens foram porta-vozes de Deus em tempos de crise, chamando o povo ao arrependimento e à fidelidade.

A seguir, você encontrará uma lista cronológica dos profetas canônicos, com uma breve ficha técnica que destaca o contexto histórico, o reino em que atuaram e o momento específico de suas profecias. Isso ajudará você a entender melhor o cenário em que cada profeta exerceu seu ministério e a relevância de suas mensagens.

Lista cronológica dos Profetas: clique e explore

  1. Amós
  2. Oséias
  3. Jonas
  4. Isaías
  5. Miquéias
  6. Naum
  7. Sofonias
  8. Habacuque
  9. Jeremias
  10. Ezequiel
  11. Daniel
  12. Ageu
  13. Zacarias
  14. Malaquias
  15. Obadias
  16. Joel
Uma estrada Dourada que leva a uma cruz.

Profetas antes do exílio

O Reino do Norte (Israel) enfrentou a invasão assíria em 722 a.C., quando a capital, Samaria, foi conquistada pelo rei Salmanasar V e, posteriormente, por Sargão II. Este período foi marcado por intensos avisos proféticos, com chamados ao arrependimento diante da iminente destruição, decorrente da idolatria e injustiça. A queda de Israel resultou na dispersão das dez tribos do Norte, conhecidas como as “tribos perdidas de Israel”.

O Reino do Sul (Judá), por sua vez, enfrentou a ameaça crescente da Babilônia. Em 586 a.C., Nabucodonosor II destruiu Jerusalém e o Templo, levando a elite judaica cativa para a Babilônia. Os profetas alertaram sobre as consequências da infidelidade à aliança com Deus, exortando o povo a retornar ao Senhor e evitar o destino que viria a se concretizar.

Amós

Amós era um boiadeiro e cultivador de figos da pequena cidade de Tecoa, no Reino do Sul, mas foi chamado por Deus para profetizar ao Reino do Norte. Sua mensagem foi direta, firme e incômoda. Em pleno reinado de Jeroboão II, quando Israel vivia uma aparente prosperidade, Amós denunciou a corrupção, a opressão aos pobres e a hipocrisia religiosa da elite.

Ele confrontou o luxo desmedido, os cultos vazios e o sistema injusto que favorecia os poderosos enquanto os humildes eram esquecidos. Sua mensagem é atualíssima: Deus rejeita adoração sem justiça. Embora não fosse um “profeta profissional”, sua voz ecoou como um trovão em meio à calmaria enganosa de Israel.

📍 Reino: Israel (Norte)

📅 Período: Antes do exílio (c. 760 a.C.)

👑 Rei: Jeroboão II

Oséias

Oséias foi um profeta do Reino do Norte (Israel) durante um período de grande instabilidade política e espiritual. Israel estava sob o reinado de Jeroboão II, uma época de aparente prosperidade econômica, mas de profunda decadência moral e religiosa. O país estava mergulhado na idolatria e nas alianças políticas questionáveis com nações pagãs, o que enfraquecia ainda mais sua fidelidade a Deus.

Nesse cenário, Oséias foi chamado para denunciar a infidelidade de Israel. Ele viveu e profetizou em um tempo em que a Assíria representava uma ameaça crescente, e sua mensagem era um apelo urgente ao arrependimento para evitar a destruição iminente. A relação de Oséias com sua esposa infiel refletia a relação entre Deus e Israel, ilustrando o amor persistente de Deus mesmo diante da rebeldia do povo.

📍 Reino: Israel (Norte)

📅 Período: Antes do exílio (c. 753–715 a.C.)

👑 Rei: Jeroboão II e sucessores

Jonas

Jonas atuou durante o reinado de Jeroboão II, em um momento em que o Reino do Norte vivia certa estabilidade política e prosperidade econômica. No entanto, essa era também uma fase marcada pela decadência espiritual e social. Ao mesmo tempo, o Império Assírio — uma potência temida por sua brutalidade — crescia como ameaça real para Israel, embora ainda não tivesse invadido a região.

Foi nesse contexto que Deus chamou Jonas para pregar à capital do inimigo: Nínive, coração do Império Assírio. A missão era chocante. Os assírios eram conhecidos por sua crueldade em guerras e opressão aos povos dominados, inclusive Israel. A recusa inicial de Jonas pode ser entendida como expressão do sentimento nacionalista e do medo legítimo que os israelitas tinham dos assírios.

A profecia de Jonas não se dirigia ao Reino do Norte, como a de Amós e Oséias, mas sua história revela muito sobre o cenário geopolítico da época e sobre o coração de Deus — que se recusava a deixar até os inimigos sem a chance de arrependimento.

📍 Reino: Israel (Norte)

📅 Período: Antes do exílio (provavelmente entre 785–750 a.C.)

👑 Rei: Jeroboão II

Isaías

Isaías foi um dos mais proeminentes profetas do Reino do Sul (Judá), exercendo seu ministério durante os reinados de Uzzias, Jotão, Acaz e Ezequias. Esse período, aproximadamente entre 767 e 686 a.C., foi marcado por significativas transformações políticas e espirituais em Judá.

Durante o reinado de Uzzias (também conhecido como Azarias), Judá experimentou prosperidade e expansão territorial. No entanto, essa prosperidade levou a um relaxamento espiritual e ao aumento da idolatria entre o povo. Jotão, seu sucessor, manteve a estabilidade, mas não conseguiu eliminar os altos pagãos, locais de adoração idólatra.

A situação se deteriorou no reinado de Acaz, que enfrentou ameaças externas significativas, incluindo a coalizão de Israel (Reino do Norte) e Síria contra Judá. Em resposta, Acaz buscou aliança com a Assíria, introduzindo práticas pagãs e comprometendo a independência espiritual e política de Judá.

Ezequias, filho de Acaz, implementou reformas religiosas significativas, buscando restaurar a adoração genuína a Deus e eliminar a idolatria. No entanto, seu reinado também enfrentou desafios, notavelmente a invasão assíria liderada por Senaqueribe. Isaías desempenhou um papel crucial ao aconselhar Ezequias a confiar em Deus para a libertação de Jerusalém.

Isaías é conhecido por suas profecias messiânicas e por chamar o povo ao arrependimento, enfatizando a santidade de Deus e a necessidade de justiça social. Sua mensagem ressoou profundamente em um período de turbulência e mudança para Judá.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Antes do exílio (c. 767–686 a.C.)

👑 Reis: Uzzias, Jotão, Acaz e Ezequias

Miquéias

Miquéias foi contemporâneo de Isaías e também atuou no Reino do Sul (Judá), embora sua origem fosse rural — ele veio de Moresete, uma pequena cidade na região de Gate. Sua mensagem carregava um tom direto, voltado tanto ao povo quanto às lideranças religiosas e políticas de Judá. Ele denunciou fortemente a opressão aos pobres, os subornos, os falsos profetas e a hipocrisia dos líderes.

O período em que Miquéias profetizou (c. 740–700 a.C.) foi de grandes tensões políticas. Judá assistia à queda do Reino do Norte para a Assíria e via a mesma ameaça se aproximar de Jerusalém. Miquéias alertou que, se Judá não se arrependesse, enfrentaria destino semelhante.

Sua profecia mais conhecida é a do nascimento do Messias em Belém (Mq 5:2), uma promessa de esperança em meio à crise. Ele também destacou a essência da verdadeira religião: “praticar a justiça, amar a misericórdia e andar humildemente com o teu Deus” (Mq 6:8).

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Antes do exílio (c. 740–700 a.C.)

👑 Reis: Jotão, Acaz e Ezequias

Naum

Naum foi um profeta que também atuou no Reino do Sul (Judá), mas sua mensagem foi direcionada a uma nação estrangeira: Nínive, a capital do império assírio. Ele viveu e profetizou provavelmente entre 663 e 612 a.C., um período em que Judá estava sob o domínio assírio, mas a Assíria começava a dar sinais de enfraquecimento.

Diferente de Jonas, que havia profetizado arrependimento a Nínive cerca de um século antes, Naum anunciou o juízo e a destruição definitiva da cidade. Sua profecia foi recebida como uma palavra de esperança por Judá, que há muito sofria sob o domínio opressor dos assírios.

O livro de Naum é vigoroso e poético, descrevendo com detalhes a queda iminente de Nínive, que de fato ocorreu em 612 a.C. por meio da invasão dos babilônios e medos. A mensagem de Naum reforça a soberania de Deus sobre as nações e o fim inevitável da arrogância dos impérios que se levantam contra o Senhor e oprimem Seu povo.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Antes do exílio (c. 663–612 a.C.)

👑 Rei: Provavelmente Manassés ou Josias

Sofonias

Sofonias profetizou durante o reinado do rei Josias, por volta de 640–609 a.C., no Reino do Sul (Judá). Esse foi um período de reforma religiosa e tentativa de restauração da adoração verdadeira ao Senhor, após o longo e perverso reinado de Manassés, que havia mergulhado Judá em idolatria e práticas pagãs.

Sofonias pertencia à linhagem real — ele era descendente de Ezequias — o que lhe dava acesso à corte e uma voz de autoridade diante dos líderes de Judá. Sua mensagem foi marcada por um forte chamado ao arrependimento, com ênfase no temível “Dia do Senhor”, que traria juízo tanto para Judá quanto para as nações vizinhas.

Embora tenha denunciado os pecados do povo, Sofonias também trouxe esperança, anunciando que Deus preservaria um remanescente fiel e traria restauração futura para Jerusalém.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Antes do exílio (c. 640–609 a.C.)

👑 Rei: Josias

Habacuque

Habacuque profetizou em Judá pouco antes da invasão babilônica, provavelmente entre 612 e 605 a.C., durante os últimos anos do reino antes do exílio. Seu contexto histórico é marcado por profunda crise espiritual, violência crescente e colapso político após a morte de Josias, o último rei piedoso de Judá.

Diferente de outros profetas que falavam diretamente ao povo, Habacuque começa seu livro dialogando com Deus. Ele questiona por que o mal prosperava em Judá e por que Deus parecia demorado em agir. A resposta divina foi ainda mais surpreendente: Deus levantaria os babilônios — uma nação ainda mais injusta — para executar juízo sobre Judá.

Esse choque levou Habacuque a uma profunda reflexão sobre a soberania e justiça de Deus. Sua profecia termina com um dos cânticos de fé mais belos da Bíblia, afirmando que mesmo sem colheita, sem rebanho e sem sinais visíveis de provisão, ele continuaria se alegrando no Senhor (Hc 3:17-18).

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Antes do exílio (c. 612–605 a.C.)

👑 Reis: Jeoiaquim ou final do reinado de Josias

Jeremias

Jeremias foi um dos profetas mais marcantes do Antigo Testamento. Atuou no Reino do Sul (Judá) durante um dos períodos mais sombrios da história do povo: os últimos anos antes da queda de Jerusalém. Seu ministério começou por volta de 627 a.C., no 13º ano do reinado de Josias, e se estendeu até depois da destruição do Templo, em 586 a.C.

Jeremias presenciou o colapso espiritual e político de Judá, viu reis que rejeitaram suas palavras, líderes religiosos que o perseguiram e um povo que se recusava a ouvir. Ele foi preso, ameaçado de morte e jogado numa cisterna. Mesmo assim, permaneceu fiel à missão que Deus lhe confiou: anunciar o juízo, mas também proclamar a esperança de uma nova aliança e de restauração.

Seu ministério é profundamente pessoal e emocional. Jeremias chorou pela sua nação e por isso é conhecido como o “profeta chorão” — não por fraqueza, mas por sua sensibilidade diante da rebeldia do povo e da santidade de Deus.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Antes e durante o exílio (c. 627–586 a.C.)

👑 Reis: Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim, Zedequias

Pergaminho

Profetas durante o exílio

Durante o cativeiro babilônico, os profetas continuaram a trazer mensagens de esperança e consolo. Eles reafirmaram as promessas de Deus, encorajando o povo a manter a fé mesmo em terras estrangeiras, longe de sua pátria. Esse período foi crucial para a preservação da identidade judaica e a renovação da fé, mesmo em meio ao sofrimento e à saudade de sua terra natal.

Ezequiel

Ezequiel foi um sacerdote e profeta que exerceu seu ministério durante o exílio babilônico, aproximadamente entre 593 e 571 a.C. Ele pertencia a uma família sacerdotal em Jerusalém e foi levado cativo para a Babilônia em 597 a.C., durante a primeira deportação que incluiu o rei Joaquim e membros da elite de Judá. Estabeleceu-se com outros exilados às margens do rio Quebar, próximo à cidade de Nipur.

Seu chamado profético ocorreu no quinto ano do exílio do rei Joaquim, por volta de 593 a.C., quando teve uma visão impressionante da glória de Deus. Ezequiel foi contemporâneo de Jeremias, que ainda profetizava em Judá, e de Daniel, que atuava na corte da Babilônia. Sua missão era transmitir as palavras do Senhor aos judeus exilados, confrontando-os com sua infidelidade e anunciando tanto o juízo que se abateria sobre Jerusalém quanto a esperança de uma restauração futura.

O ministério de Ezequiel coincidiu com eventos cruciais, como a destruição de Jerusalém e do Templo em 586 a.C. Ele usou uma linguagem simbólica e visões impactantes para comunicar suas mensagens, como a famosa visão do vale de ossos secos, representando a restauração de Israel. Além de proclamar o juízo divino, Ezequiel também enfatizou a responsabilidade individual e a promessa de um novo coração e um novo espírito para o povo.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Durante o exílio (c. 593–571 a.C.)

👑 Rei: Exilado durante o reinado de Joaquim; profetizou durante o reinado de Zedequias e o período sem rei após a destruição de Jerusalém

Daniel

Daniel foi um jovem da elite de Judá levado cativo para a Babilônia em 605 a.C., durante a primeira deportação de judeus pelo rei Nabucodonosor II. Diferente de Ezequiel, que viveu entre os exilados comuns, Daniel foi selecionado para servir na corte real da Babilônia, onde se destacou por sua sabedoria, fidelidade a Deus e integridade em meio a um ambiente pagão e hostil.

O livro de Daniel cobre um longo período, abrangendo desde o império babilônico até o início do domínio persa. Daniel serviu sob vários reis — incluindo Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro — e se tornou uma figura de autoridade em meio a esses impérios. Mesmo diante de decretos que ameaçavam sua vida, Daniel permaneceu firme em sua fé, orando a Deus abertamente e se recusando a adorar outros deuses.

Suas visões proféticas, especialmente nos capítulos finais do livro, são repletas de simbolismo e antecipam eventos futuros, inclusive ligados ao Reino de Deus. Ao lado de Ezequiel, Daniel foi um instrumento de Deus para manter viva a esperança entre os exilados, mostrando que o Senhor continua soberano mesmo em terra estrangeira.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Durante o exílio (c. 605–530 a.C.)

👑 Reis: Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro

Mulher orando na praia com um penhasco ao fundo

Profetas após o exílio

Com o retorno do exílio, iniciado em 538 a.C. por decreto de Ciro, o Grande, rei da Pérsia, os judeus começaram a voltar para Judá. Os profetas desse período focaram na reconstrução do templo, na renovação da aliança e na restauração espiritual do povo. Eles chamaram os judeus a reconstruir não apenas a cidade, mas também a sua identidade como povo de Deus, destacando a importância da fidelidade e da justiça social.

Ageu

Ageu foi o primeiro profeta a se levantar após o retorno do exílio babilônico, profetizando por volta de 520 a.C., durante o segundo ano do rei persa Dario I. Ele falou a um povo que havia voltado para Judá cheio de esperança, mas que enfrentava dificuldades e havia deixado de lado a reconstrução do Templo para priorizar seus próprios interesses e conforto.

A mensagem de Ageu foi direta: enquanto o povo habitava em casas confortáveis, a casa do Senhor permanecia em ruínas. Sua profecia despertou líderes como Zorobabel (governador) e Josué (sumo sacerdote), que então mobilizaram o povo para retomar a obra do Templo.

Apesar de ser um livro curto, com apenas dois capítulos, Ageu teve grande impacto, pois encorajou a nação a colocar Deus em primeiro lugar e confiar em Suas promessas, mesmo diante da fragilidade aparente da nova realidade pós-exílio.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Depois do exílio (c. 520 a.C.)

👑 Rei estrangeiro: Dario I (Império Persa)

Zacarias

Zacarias foi contemporâneo de Ageu e também profetizou após o retorno do exílio, por volta de 520 a.C., durante o reinado de Dario I, da Pérsia. Seu ministério começou poucos meses depois do de Ageu, mas sua mensagem foi mais extensa e rica em visões simbólicas. Enquanto Ageu exortava o povo com mensagens práticas e diretas, Zacarias transmitia uma palavra cheia de encorajamento, esperança e promessas futuras.

Zacarias chamou o povo ao arrependimento e reforçou a importância de reconstruir o Templo, não apenas como um prédio físico, mas como um símbolo da presença restaurada de Deus entre o Seu povo. Suas profecias apontavam para uma realidade maior: a vinda do Messias, o Rei humilde e justo, e o triunfo final de Deus sobre as nações.

O livro de Zacarias é conhecido por suas visões proféticas complexas e por antecipar eventos futuros ligados à redenção de Israel e ao Reino de Deus. Ele exerceu um papel vital para reanimar os que haviam retornado a uma Judá empobrecida, ajudando-os a não perder de vista o propósito divino, mesmo em meio à fragilidade.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Depois do exílio (c. 520–518 a.C. e possivelmente além)

👑 Rei estrangeiro: Dario I (Império Persa)

Malaquias

Malaquias foi o último profeta do Antigo Testamento, atuando provavelmente entre 460 e 430 a.C., já no período pós-exílico, durante o domínio persa. Ele profetizou cerca de cem anos após o retorno dos judeus a Jerusalém. O Templo já havia sido reconstruído, mas o entusiasmo espiritual havia se dissipado, e o povo estava novamente caindo em práticas religiosas superficiais e em comportamentos morais comprometidos.

Nesse cenário, Malaquias foi levantado por Deus para confrontar a frieza espiritual e a decadência ética da nação. Ele denunciou os sacrifícios impuros, a infidelidade dos sacerdotes, a negligência com os dízimos e a falta de temor ao Senhor. Sua linguagem era direta e envolvia um estilo de perguntas e respostas, desafiando o povo a refletir sobre suas atitudes.

Ao mesmo tempo, Malaquias trouxe esperança ao anunciar a vinda de um mensageiro que prepararia o caminho para o Senhor — uma profecia que se cumpriria séculos depois com João Batista e a chegada do Messias.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Depois do exílio (c. 460–430 a.C.)

👑 Rei estrangeiro: Período persa (possivelmente durante ou após o governo de Artaxerxes I)

Bíblia com um fundo de pôr do sol.

Profetas não datados

Alguns profetas bíblicos, como Obadias e Joel, apresentam desafios na identificação exata de suas datas. A falta de referências históricas claras em seus livros torna difícil situá-los com precisão na linha do tempo. No entanto, seus textos continuam sendo poderosas mensagens atemporais de Deus, cujos temas — como juízo, arrependimento e restauração — ecoam em diferentes momentos da história de Israel e Judá.

Obadias

Obadias é autor do livro mais curto do Antigo Testamento, composto por apenas 21 versículos. Sua profecia é direcionada contra Edom, nação descendente de Esaú, irmão de Jacó, evidenciando a antiga rivalidade entre os dois povos. O contexto histórico mais aceito para a profecia de Obadias é a destruição de Jerusalém pelos babilônios em 586 a.C., quando os edomitas não apenas se alegraram com a queda de Judá, mas também participaram ativamente do saque e da captura de fugitivos, entregando-os aos invasores.

A mensagem de Obadias denuncia o orgulho e a violência de Edom contra seu “irmão” Judá, enfatizando que essa traição não passaria impune. O profeta proclama que, assim como Edom agiu contra Judá, também enfrentaria a retribuição divina, resultando em sua completa destruição. Além do julgamento contra Edom, Obadias antevê a restauração de Israel e a soberania final do Senhor sobre todas as nações, culminando na declaração: “o reino será do Senhor” (Obadias 1:21).

A profecia de Obadias destaca a importância da solidariedade e da justiça entre nações e indivíduos, alertando sobre as consequências do orgulho e da indiferença diante do sofrimento alheio.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Provavelmente após o exílio (c. 586 a.C.)

👑 Rei estrangeiro: Nabucodonosor II (Babilônia)

Joel

Joel, filho de Petuel, é um dos profetas menores do Antigo Testamento, e seu livro apresenta desafios significativos quanto à datação precisa de seu ministério. A ausência de referências explícitas a eventos históricos ou nomes de reis dificulta a determinação exata do período em que ele profetizou. Estudiosos propõem datas que variam desde o século IX a.C. até o período pós-exílico, por volta do século V a.C. Alguns sugerem que Joel atuou durante o reinado de Joás (835–796 a.C.), enquanto outros o posicionam após o retorno do exílio babilônico, devido a menções ao Templo em funcionamento e à ausência de referências a uma monarquia vigente.

O contexto histórico descrito no livro de Joel é marcado por uma devastadora praga de gafanhotos e uma severa seca que assolou Judá, resultando em crises econômicas e sociais profundas. Esses desastres naturais afetaram gravemente a agricultura, prejudicando colheitas e comprometendo as ofertas no Templo. Joel interpreta essas calamidades como manifestações do julgamento divino, utilizando-as como um chamado urgente ao arrependimento sincero e à renovação espiritual da nação.

📍 Reino: Judá (Sul)

📅 Período: Indeterminado (entre os séculos IX e V a.C.)

👑 Rei: Não especificado

Escrivaninha arrumada

Tabela com uma visão geral dos Profetas bíblicos

 Eu valorizo muito a visualização de informações, pois acredito que ela torna o aprendizado mais dinâmico e claro. Pensando nisso, preparei esta tabela para facilitar a compreensão do panorama dos profetas bíblicos. Espero que essa forma de apresentar os dados ajude vocês a fixar melhor cada detalhe! 

Profeta Reino Data Aproximada Contexto
Amós Israel (Norte) ~760 a.C. Condenação da injustiça social
Oséias Israel (Norte) ~750-722 a.C. Chamado ao arrependimento
Jonas Israel (Norte) ~760 a.C. Profecia a Nínive
Isaías Judá (Sul) ~740-700 a.C. Profecias messiânicas
Miqueias Judá (Sul) ~740-700 a.C. Justiça social e messias
Naum Judá (Sul) ~660-630 a.C. Queda de Nínive
Sofonias Judá (Sul) ~640-609 a.C. Dia do Senhor
Habacuque Judá (Sul) ~609-598 a.C. Diálogo com Deus
Jeremias Judá (Sul) ~627-586 a.C. Anúncio do exílio
Ezequiel Judá (Sul) ~593-571 a.C. Profecias durante o exílio
Daniel Judá (Sul) ~605-536 a.C. Visões apocalípticas
Ageu Judá (Sul) ~520 a.C. Reconstrução do Templo
Zacarias Judá (Sul) ~520-480 a.C. Visões e esperança messiânica
Malaquias Judá (Sul) ~460-430 a.C. Chamado ao arrependimento
Obadias Judá (Sul) Data Incerta Juízo sobre Edom
Joel Judá (Sul) Data Incerta Dia do Senhor

Acompanhe também no Instagram

Lá compartilho reflexões bíblicas, curiosidades e inspirações de um estilo de vida cristão à luz da Palavra. Vamos continuar essa caminhada! 🤗


Ver perfil no Instagram

Continue seus estudos

Estudar os profetas é mergulhar no coração de Deus — um Deus que exorta, corrige, consola e sempre chama Seu povo de volta ao relacionamento com Ele. Eu amo esses livros bíblicos e espero de coração, que este post tenha contribuído de alguma forma para seu entendimento das Escrituras!

Quando comecei a estudar mais profundamente os profetas maiores e menores, um vídeo bem curtinho — de cerca de 3 minutos — me deu um panorama geral e foi um ponto de partida muito importante na minha jornada. Vou deixar aqui o link, caso você também queira assistir. Pode ser um ótimo auxílio para você, assim como foi para mim.

📺 clique aqui e assista ao vídeo.

Se você gosta desse tipo de conteúdo organizado e cronológico, aproveite para conferir também um post que complementa perfeitamente este: um guia completo com os reis de Israel e Judá, em ordem cronológica, com os períodos e contextos históricos de cada um.

📖 clique aqui e leia o post completo.

Assim, você amplia ainda mais sua compreensão da Bíblia como um todo.

Deus abençoe sua caminhada ! 🤎

NOTA: Este post aborda os profetas que têm livros específicos na Bíblia, conhecidos como profetas maiores e menores. No entanto, é importante lembrar que outros profetas também foram levantados por Deus ao longo da história do Antigo Testamento. Profetas como Natã, Elias e Eliseu, por exemplo, desempenharam papéis cruciais, mesmo sem terem livros próprios. Suas histórias e mensagens são encontradas em outros livros bíblicos, enriquecendo ainda mais o panorama profético.

Tags: , , , , , , , , , , , ,

você também pode gostar


Siga também no Instagram