Você sabia que o texto bíblico mais antigo já descoberto não foi escrito em papiro nem em pergaminho, mas gravado em prata? Os amuletos de Ketef Hinnom, encontrados em Jerusalém e datados de cerca de 600 a.C., são o registro mais antigo conhecido de um trecho da Bíblia Hebraica — e uma peça-chave na arqueologia bíblica.
Essa descoberta extraordinária ilumina não apenas a antiguidade das Escrituras, mas também o contexto litúrgico, espiritual e histórico do povo de Israel no período pré-exílico.
🤎 Acompanhe neste estudo
- Onde os amuletos foram encontrados?
- O que são os amuletos de Ketef Hinnom?
- O manuscrito bíblico mais antigo – ainda que fora do papel
- O que está escrito nos rolos de prata?
- Qual a importância dos amuletos de Ketef Hinnom?
- Como alguém escreveu algo tão pequeno há 2.600 anos?
- Qual a conexão com a Bíblia Hebraica?
- Onde estão hoje?
- Conclusão: um testemunho de prata sobre a fidelidade das Escrituras
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Onde os amuletos foram encontrados?
Descoberta arqueológica em Jerusalém
Os amuletos foram descobertos em 1979, durante escavações lideradas pelo arqueólogo Gabriel Barkay, da Universidade de Tel Aviv. O local da descoberta foi o sítio arqueológico de Ketef Hinnom, situado na encosta sudoeste da Cidade Antiga de Jerusalém, próximo à atual igreja de St. Andrew.
Durante os trabalhos em uma antiga tumba da Idade do Ferro (séc. VII–VI a.C.), uma câmara funerária colapsada revelou um repositório com centenas de objetos. A surpresa maior veio quando um jovem voluntário encontrou, sob um banco sepulcral, uma cavidade intacta contendo joias, cerâmicas e dois pequenos rolos de prata.
O que são os amuletos de Ketef Hinnom?
Características físicas dos artefatos
Os dois rolos, identificados como KH1 e KH2, são feitos de prata quase pura (99%). Eles foram enrolados de maneira semelhante a pergaminhos em miniatura e possivelmente usados como amuletos pendurados no pescoço.
- KH1: mede cerca de 97 × 27 mm
- KH2: mede cerca de 39 × 11 mm
As inscrições são em paleo-hebraico, com letras tão pequenas que exigiram microscopia para serem legíveis. A restauração e leitura completa só foi possível após anos de trabalho técnico, liderado por equipes do Israel Museum e da University of Southern California.

O manuscrito bíblico mais antigo – ainda que fora do papel
Embora o termo “manuscrito” costume se referir a textos escritos em suportes como papiro ou pergaminho, os amuletos de Ketef Hinnom contêm o texto bíblico mais antigo já preservado, gravado diretamente em prata. Por isso, muitos especialistas os classificam como o registro mais antigo da Bíblia Hebraica, mesmo que, tecnicamente, não sejam manuscritos tradicionais.
Esse detalhe não reduz seu valor – pelo contrário. Reforça o quanto esses textos sagrados já circulavam em formatos variados e eram usados não apenas em contextos litúrgicos, mas também pessoais e protetivos.
O que está escrito nos rolos de prata?
A bênção de Números e mais
Ambos os amuletos contêm trechos reconhecíveis da bênção sacerdotal encontrada em Números 6:24–26:
“O Senhor te abençoe e te guarde.
Números 6:24-26 NVI
O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça.
O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz.”
Além disso, KH1 possui fragmentos que ecoam Deuteronômio 7:9, fazendo menção ao amor leal e à fidelidade de Deus para com aqueles que O obedecem.
Apesar de desgastes naturais, os dois amuletos preservam cerca de 77 e 49 caracteres legíveis, respectivamente. O tetragrama também está presente em ambos os rolos.
Qual a importância dos amuletos de Ketef Hinnom?
1. Valor histórico e cronológico
Estes amuletos datam do século VII a.C., o que os torna mais antigos do que os manuscritos do mar Morto (produzidos entre os séculos III a.C. e I d.C.). Ou seja, há mais de 2.600 anos, os israelitas já utilizavam porções da Escritura como fonte de bênção, identidade e proteção.
2. Prova da circulação da Bíblia antes do exílio
O achado prova que trechos bíblicos, como a bênção sacerdotal, já circulavam entre o povo muito antes da canonização formal da Bíblia Hebraica. Isso reforça a fidelidade da transmissão textual e a autoridade desses textos ao longo dos séculos.
3. Evidência arqueológica de prática espiritual
O uso dos rolos como amuletos apotropaicos (objetos usados para afastar o mal) revela o caráter prático e devocional das Escrituras, mesmo em contextos não-templários. Mostra que a fé era vivida e carregada com o povo — literalmente.
Como alguém escreveu algo tão pequeno há 2.600 anos?
A escrita minúscula dos amuletos surpreendeu até os especialistas modernos. Como foi possível, em uma época sem lupa ou microscópio?
Estudos indicam que os artesãos que produziram os amuletos — provavelmente ourives ou escribas altamente treinados — utilizavam ferramentas extremamente finas, como estiletes metálicos ou pontas de osso, e operavam com precisão manual excepcional. A gravação era feita com cuidado e intenção, em um nível de miniaturização que hoje só pode ser lido com microscopia de alta resolução.
Essa prática indica não apenas perícia técnica, mas também reverência espiritual: o fato de que o texto quase não podia ser lido a olho nu sugere que seu propósito era mais sagrado do que prático — talvez destinado somente ao conhecimento de Deus.
Qual a conexão com a Bíblia Hebraica?
- São o registro mais antigo da Bíblia Hebraica já descoberto
- A bênção de Números é virtualmente idêntica ao texto que lemos hoje
- Demonstram que o nome sagrado de Deus (tetragrama) era publicamente escrito e invocado em práticas religiosas e pessoais
- Fortalecem a confiança na preservação e autenticidade do texto bíblico
Onde estão hoje?
Atualmente, os amuletos estão em exibição no Israel Museum, em Jerusalém. Réplicas também são disponibilizadas para exposições acadêmicas e educacionais. O artefato se tornou símbolo da união entre fé, história e ciência.
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Conclusão: um testemunho de prata sobre a fidelidade das Escrituras
Os amuletos de Ketef Hinnom representam mais do que peças arqueológicas. Eles são um testemunho tangível da longevidade, impacto e autenticidade da Palavra de Deus, já reverenciada, invocada e vivida há milênios.
Eles provam que a Bíblia, como a conhecemos hoje, não nasceu de tradição tardia, mas está profundamente enraizada na história do povo de Deus.
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