Um novo capítulo da história do cristianismo primitivo acaba de ser desvendado. Escondido por séculos em um arquivo na Alemanha, um fragmento de papiro do Evangelho de Tomé (infância de Jesus) foi descoberto.
Datado do século IV ou V, esse manuscrito é o mais antigo já encontrado e oferece uma visão única sobre as práticas literárias e religiosas das primeiras comunidades cristãs.
Vamos explorar juntos esse achado!
🤎 Acompanhe neste post
- O que é um fragmento de papiro?
- Entendendo o Evangelho de Tomé
- O que contém o Evangelho de Tomé com a infância de Jesus?
- A Natureza Apócrifa do Evangelho de Tomé
- Por que o evangelho da infância de Jesus não é considerado canônico?
- A Importância de termos uma perspectiva crítica
- Continue estudando
O que é um fragmento de papiro?
Antes da invenção do papel na China, por volta do século II a.C., civilizações antigas como as do Egito, Mesopotâmia e Oriente Médio usavam outros materiais para registrar seus textos. Entre eles, destacava-se o papiro, feito a partir da planta de mesmo nome.
Um fragmento de papiro é uma pequena parte preservada desses documentos antigos. Eles eram usados para escrever textos religiosos, históricos e cotidianos, funcionando como uma espécie de “papel” da época.
Esses fragmentos são valiosos porque nos dão uma janela para o passado, revelando como viviam, pensavam e organizavam suas sociedades há milhares de anos.
Entendendo o Evangelho de Tomé
O Evangelho de Tomé é bem diferente dos evangelhos tradicionais. Em vez de narrar a vida de Jesus, ele é composto por 114 frases curtas, ou “ditos”, atribuídos a Ele. Esses ditos têm um tom filosófico e, muitas vezes, são enigmáticos, oferecendo uma visão única dos ensinamentos de Jesus.
Esse evangelho é considerado um texto gnóstico, o que significa que reflete uma perspectiva espiritual específica. Os gnósticos acreditavam que cada pessoa possui uma parte divina dentro de si e que a vida é uma jornada para despertar essa divindade interior. O Evangelho de Tomé está profundamente conectado a essa busca espiritual.
O que contém o Evangelho de Tomé com a infância de Jesus?
Em 2024, pesquisadores descobriram o mais antigo fragmento conhecido do Evangelho de Tomé, datado entre os séculos IV e V. Esse fragmento de papiro, encontrado na Universidade de Hamburgo, Alemanha, descreve um milagre da infância de Jesus, que não faz parte dos evangelhos canônicos.
No texto, Jesus, aos cinco anos, é visto brincando perto de um riacho e moldando doze pardais de barro. Quando seu pai, José, o repreende por trabalhar no sábado, Jesus bate palmas e dá vida aos pássaros, fazendo-os voar. Esse evento é conhecido como a “vivificação dos pardais”.
Esse fragmento é parte de uma tradição apócrifa que inclui histórias populares sobre a infância de Jesus, mas que não foram incluídas na Bíblia. A descoberta é importante porque oferece novos insights sobre como esses textos eram copiados e transmitidos no início do cristianismo.
A Natureza Apócrifa do Evangelho de Tomé
Embora essa descoberta seja significativa do ponto de vista histórico e arqueológico, é importante lembrar que o Evangelho da Infância de Jesus é um texto apócrifo, ou seja, não é considerado canônico pela maioria das tradições cristãs. O termo “apócrifo” refere-se a escritos que, embora sejam de interesse histórico, não foram incluídos no cânone oficial das Escrituras. Esses textos são frequentemente chamados de “pseudo-epígrafos” porque muitas vezes atribuem autoria a figuras bíblicas conhecidas para ganhar legitimidade.
Por que o evangelho da infância de Jesus não é considerado canônico?
- 1. Origem e Datação: O Evangelho da Infância de Jesus foi escrito muito tempo após os eventos que descreve, o que levanta questões sobre sua autenticidade e precisão histórica. Os evangelhos canônicos foram escritos por testemunhas oculares ou com base em relatos diretos das testemunhas.
- 2. Conteúdo Divergente: O conteúdo do Evangelho da Infância de Jesus frequentemente diverge dos ensinamentos e narrativas dos evangelhos canônicos. As histórias milagrosas e os relatos fantásticos sobre a infância de Jesus não encontram paralelos nos textos canônicos, sendo mais alinhados com a literatura apócrifa que busca preencher lacunas com histórias fabulosas.
- 3. Reconhecimento Histórico: A igreja primitiva, através de concílios e debates, definiu o cânone bíblico com base em critérios rigorosos de autenticidade, uso litúrgico e consistência doutrinária. O Evangelho da Infância de Jesus não foi incluído nesse cânone por não atender a esses critérios.
A Importância de termos uma perspectiva crítica
Enquanto a descoberta do fragmento do Evangelho da Infância de Jesus é fascinante do ponto de vista arqueológico, é crucial manter uma perspectiva crítica. Este evangelho apócrifo, embora interessante, não deve ser confundido com os textos canônicos que compõem o Novo Testamento. Estudar esses textos pode oferecer uma visão sobre a diversidade de pensamentos e crenças nas primeiras comunidades cristãs, mas também sublinha a importância de distinguir entre escritos canônicos e apócrifos!
Continue estudando
Se você gostou do tema e quer se aprofundar ainda mais sobre o Evangelho da Infância de Jesus, recomendo assistir a esta aula completa do professor Luiz Sayão. Aqui, ele dá mais informações interessantes a cerca deste achado e acredito que você irá gostar bastante.
Em seguida, aproveite para conferir a categoria de arqueologia bíblica e descobrir outros achados fascinantes. E claro, deixe seu comentário abaixo me contando o que mais chamou sua atenção nessa descoberta!
Deus abençoe você! 🤎
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