A Bíblia Ilumina

"Compartilhando a Verdade das Escrituras e o amor por Jesus!"

Entre Babel e o deserto: para onde estamos indo?


Queridos, hoje quero escrever um post diferente do que costumo escrever aqui no blog. Em vez de um estudo bíblico estruturado e cheio de referências, quero simplesmente abrir meu coração. 🤎 Espero que você possa levar o assunto ao Senhor em oração e que Ele guie sua leitura.

Mulher intercedendo no deserto

Há dias que certos pensamentos não saem da minha mente — aliás, para ser sincera, eles não saem do meu coração já faz alguns anos. Desde que comecei a caminhar em mais intimidade com o Senhor, tenho sentido um peso de oração muito profundo pela Igreja. E isso tem me impulsionado a orar, a refletir, a escrever, a compartilhar…

Quando olho para o cenário atual — e eu me incluo nisso, como parte do Corpo — o que vejo é algo muito distante do que estamos destinados a ser. Vejo confusão. Vejo comércio. Vejo uma repetição de Babel. Vejo o templo sendo tratado como covil de ladrões (Mateus 21:13) e o altar sendo corrompido. Vejo pessoas tentando fazer o próprio nome conhecido às custas da Noiva de Cristo.

É como se estivéssemos ferindo a Noiva que dizemos amar. Disputas silenciosas por influência. Lutas veladas por plataformas. Orgulho pelas revelações que o Senhor concede, como se fossem troféus. A Palavra virou um produto. O Evangelho virou um meio para nós alcançarmos metas profissionais.

E tudo isso é justificado com discursos bem montados. Mas no fim, o que está acontecendo é grave: estamos explorando a Noiva de Cristo. E digo “estamos” porque essa reflexão é, antes de tudo, para mim.

O Evangelho não é um produto. É uma Boa Nova. É o anúncio de que o Reino chegou. É vida. É transformação. Ele precisa ser pregado em tempo e fora de tempo (2 Timóteo 4:2).

A Igreja não é uma empresa. Não foi chamada para funcionar como uma estrutura corporativa, com hierarquias que distribuem cargos ministeriais como se fossem promoções de carreira. Jesus escolheu homens iletrados para carregar a revelação dEle (Atos 4:13), para pastorear o Seu povo.

Mas nós transformamos o ministério em uma escada. Achamos que só tem autoridade para pregar quem tem diplomas. Como se fosse isso que desse legitimidade para falar do Evangelho.

Mas o que nos dá autoridade não é o nosso currículo. É a intimidade com o Senhor. É a revelação que vem dEle. É caminhar com Ele. Só isso. Nós transformamos a revelação de Jesus em requisito acadêmico. Organizamos o chamado como se fosse um sistema.

A história de Gômer, esposa do profeta Oséias, representa algo profundo sobre o povo de Deus. Ela é como um espelho da Igreja quando se afasta do Senhor, trocando o amor do seu Deus por alianças com falsos deuses (sim, nós fazemos isso).

Mesmo depois de ter se prostituído espiritualmente, o Senhor manda Oséias buscá-la de volta (Oséias 3:1). E é isso que vejo hoje: a Noiva se perdendo, se entregando a sistemas e interesses, enquanto o Senhor, com misericórdia, estende a mão. Nós somos esse povo. Mas ainda assim, o Senhor continua dizendo: “Volta para mim.”

Vejo também o Senhor levantando pessoas com voz profética, como fez com Jeremias. Profetas que não são reconhecidos, mas sim incompreendidos. Jeremias foi chamado para entregar uma mensagem dura a um povo que não queria ouvir (Jeremias 1:7-8). O chamado profético exige coragem. E eu vejo pessoas assim hoje.

Um exemplo foi a jovem Aymeê Rocha, com a música Evangelho de Fariseus. Ao contrário do que alguns afirmam, ela não falou mal da Noiva por aí. Sua mensagem foi entregue dentro da própria Igreja, durante um reality cristão. E mesmo assim — ou talvez por isso — foi duramente criticada. Disseram que ela estava sendo desrespeitosa. Mas vejo nela uma voz profética como as de antigamente.

Outro exemplo é Paulo Vicente, o Paulinho do Drops, com a música É Ele. Muitos disseram que era exagerada, dramática, que não representava uma adoração equilibrada. Mas essa música é um convite: voltar ao centro. Reconhecer que tudo é sobre Jesus. E talvez por isso ela incomode. Porque nos confronta. Porque revela que temos cantado mais sobre nós do que sobre Ele.

Um livro que me marcou sobre isso foi Você Escolherá o Deserto?, de Samuel Whitfield. Ele me faz pensar em João Batista, que deixou tudo para ir ao deserto, onde Deus estava. João era sacerdote, descendente de Arão. Tinha tudo para brilhar no sistema. Mas escolheu obedecer. E Jesus disse que ninguém foi maior do que ele (Lucas 7:28). Quem de nós faria o mesmo?

Não estou escrevendo isso como quem tem todas as respostas. Escrevo como alguém que está sendo confrontada. Que tem chorado e clamado: “Senhor, ajuda-nos!” E o que ecoa em mim é: precisamos urgentemente nos arrepender!

Nos arrepender de não conhecermos as Escrituras. Nos arrepender de confiar mais em nós mesmos do que em Deus. Precisamos nos arrepender do pecado da egolatria e de sentarmos, bela e formosamente, no trono da nossa vida que pertence única e exclusivamente ao Senhor.

Que Deus tenha misericórdia de nós ! 🙏

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